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Célio Favoni

A liberalização comercial ocorrida no Brasil a partir da década de 90, com a eliminação progressiva das restrições tarifárias e não tarifárias no setor externo, levou a uma forte ascensão do coeficiente de importações fazendo com que saldo comerciais positivos até então, mudassem de sinal a parti da implantação do Plano Real em 1994, essas alterações na economia nacional, no âmbito do comércio exterior, levaram muitos autores a buscar os determinantes das exportações e importações para explicar ou prever o comportamento da balança comercial brasileira. Entretanto, poucos trabalhos nacionais descrevem o comportamento das exportações e importações com dados mensais. Assim, objetivou-se neste trabalho estimar as elasticidades das equações de importação e exportação total e por categorias de uso no Brasil, utilizando dados mensais para o período entre agosto de 1994 a dezembro de 2001, considerando a hipótese de país pequeno para a função de oferta de importação, supondo que os preços no mercado internacional não são afetados pelas ações brasileiras. O procedimento econométrico baseou-se nos testes de raiz unitária aceitando que as séries são não estacionárias e integradas de ordem 1, ou seja, 1(1). As relações de longo e curto prazo foram analisadas utilizando um Modelo de Correção de Erros (MCE), sendo os vetores de co-integração estimados seguindo a metodologia proposta por ENGLE & GRANBGER (1987) e JOHANSEM (1988). Os resultados indicaram alta elasticidade-renda medida por um índice de ciclos domésticos. A elasticidade da disponibilidade de divisas (capacidade de importação) foi significativa apenas para importação de bens de capital. A elasticidade do índice de preços domésticos não foi significativa apenas para importação de bens de capital. A elasticidade da utilização da capacidade produtiva da indústria apresentou o sinal esperado (negativo) para as equações de demanda de importação de bens de capital e bens de consumo não duráveis e um sinal positivo para os bens intermediários que contemplam as importações de combustíveis e derivados. A elasticidade-renda mundial apresentou-se significativa em um MCE com duas defasagens, indicando que apesar das importações mundiais terem decrescido, as exportações brasileiras continuaram a crescer, ampliando participação em mercados decadentes. A elasticidade dos preços externos das exportações indicaram um forte efeito substituição. As estimações indicaram a ineficiência da desvalorização cambial para alavancar as exportações, sendo esta variável significativa somente para as importações de bens de consumo duráveis e não-duráveis.