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Marcos Wagner da Fonseca

Esta dissertação tem como objetivo estudar os impactos potencialmente diferenciados da política monetária sobre as regiões e estados do Brasil. Inicialmente, buscou-se realizar uma apresentação sobre a teoria monetária envolvida na discussão, enfatizando a definição dos mecanismos de transmissão da política monetária. Houve também o cuidado em apresentar a forma pela qual a política monetária é conduzida nos países industrializados e nos de economia emergente, para depois buscar na literatura trabalhos que apresentassem os mecanismos de transmissão atuantes nas economias daqueles dois blocos de países. Dentro da discussão, percebeu-se que a atuação destes mecanismos de transmissão poderia causar impactos diferenciados, principalmente em regiões de um país como os EUA. Desta forma, partiu-se para o Brasil e buscou-se analisar a possibilidade de ocorrerem impactos diferenciados da política monetária nas regiões e estados da federação. Para tanto, iniciou-se uma revisão da literatura sobre a atuação dos mecanismos de transmissão no Brasil após a implantação do Plano Real, buscando assim elevar o poder analítico das duas próximas etapas. A primeira etapa analítica utilizou-se dos canais da taxa de juros e do crédito de transmissão da política monetária, realizando uma análise comparativa por meio das conclusões de CARLINO & DEFINA (1997) sobre os impactos diferenciados da política monetária nos estados e regiões dos EUA. A segunda etapa foi a análise empírica por meio de uma estimação VAR (2) para dois modelos, sendo: a) avaliar os impactos diferenciados por meio da transmissão via canal da taxa de juros, verificando a sensibilidade da produção industrial em relação a alterações da taxa Selic; e b) avaliar os impactos diferenciados por meio da transmissão via canal do crédito, verificando a sensibilidade do crédito bancário em relação a alterações da taxa Selic. A conclusão desta dissertação remete para o fato de que os estados das regiões Norte Nordeste e Centro Oeste, por terem maior proporção de pequenas empresas e, ao mesmo tempo, serem atendidas por agências e crédito bancário em menor proporção, tenderiam a observar maiores impactos de alterações na taxa básica de juros.